Eu lembro. Todo dia, na saída do colégio, lá estavam eles: vendedores de balas, chicletes, pipas e CDs falsificados, churreiros e pipoqueiros com seus carrinhos misteriosamente iluminados (onde ficava a tomada?), à espera das crianças. Nunca falhavam. Se um faltasse, outro tomaria seu lugar, por isso jamais houve escassez de pipoca na minha infância. Descobri cedo que, onde há mais de trinta pessoas reunidas, lá estará o vendedor ambulante.
O ambulante é uma testemunha privilegiada do Brasil: atravessa a história, de carnaval a carnaval ("Cerveja, cerveja, uma é três, três é dez!"), de manifestação pró a manifestação contra, de jogo do...