Acabo de ler a biografia do Rubem Braga, escrita por Marco Antonio de Carvalho. Achei num quiosque da rodoviária Novo Rio, entre espécimes tristes a cinco, dez reais: romances água-com-açúcar, catálogos de armas de guerra, manuais de como emagrecer, como ser feliz, como enriquecer com seu cônjuge, como lidar com a depressão. Ao lado da do Braga, estavam as vidas de Glauber Rocha, Oswald de Andrade, um ou outro empreendedor de sucesso. As biografias andam em ponta de estoque. A última vez que vi alguém falar que leu uma foi num casamento, há muitos anos, e era a de Steve Jobs. Todo mundo quer ter inventado o telefone.
Não torço o nariz para o Steve propriamente, nem para suas engenhocas, que não tenho dinheiro para comprar. O que sempre me incomodou foi a hagiografia de Jobs santo padroeiro dos que se dão bem, IN HOC SIGNO VINCES: uma maçã mordida. Por profissão e temperamento, histórias de sucesso me entediam. E impérios...