POEMA LITERAL
Aqui é tudo
mais do mesmo:
na permuta e no escambo,
no varejo e no atacado
– posta a oferta –
a moeda que avaliza toda troca
é a carniça
(pactuada).
Nenhum alerta
detém a caminhada
que sempre termina
na Moenda
o sujeito desfibrado
exposto na paisagem.
Foram anos de banguê
a gente escura se esfalfando:
o proveito escorria pelas bordas
do tacho cobreado
e o bravo povo que o embolsava
advertia, a quem o interpelasse:
“Voce sabe com quem
está falando”?
Deu em carniça.
Da Moenda muda o dono
ou quem legisla sobre ela
(o seu torque, o estilo da engrenagem).
Mas o comércio é o de sempre,
os poros feitos de cinismo e
a coisa degradada permanece
circulando protegida.
É uma só a malta que...