“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, criada em 1946 devido às atrocidades cometidas durante as duas grandes guerras, seria uma falácia política para confortar o luto do mundo após a morte de milhões de pessoas? Ou uma utopia sincera articulada por pensadores no pós-guerra?
Talvez os dois. Primeiro porque, desde que passamos a viver em sociedade, nunca deixamos de nascer presos a uma sentença social. Nós criamos os sistemas políticos e econômicos que maximizaram privilégios e, com isso, minimizam até hoje todo o resto. Com isso, criamos também a divisão humana. A desigualdade. A nossa distribuição por guetos, bairros, cidades e países delimitados pela ordem de sua riqueza ou pobreza. Criamos a violência, a guerra e a estrutura do poder.
Já não somos simplesmente seres humanos. Somos categorias de tudo o que...