Erro gramatical, problemas de gramática, conferir na gramática, “a” gramática. Há pelo menos uma aula do curso de Letras que nos desloca de nossas certezinhas arrumadinhas sobre a língua escrita: o dia em que o/a professor/a nos incita a comparar gramáticas normativas de diversos tons e calibres.
Lembro-me com relativa nitidez do dia em que alguém – já não me lembro de quem era a professora, mas sei que era mulher – nos pediu: tragam gramáticas para a sala e vamos comparar conceitos, “regras”, definições. E lá fui eu, carregando um Sacconi bem escolar, um Celso Cunha e Lindley Cintra da minha mãe (cheia de cuidados e recomendações) e um Bechara que eu havia comprado para fazer jus ao curso que escolhera.
Esperem. Farei o mesmo movimento agora aqui, retirando as gramáticas das estantes... Pronto. E é sempre um exercício interessante e (des)esclarecedor, mas, principalmente, relaxante em relação aos nossos preconceitos sobre língua e linguagem. E à nossa ingenuidade a respeito de discursos que parecem ter sempre existido, meio fantasmagóricos e repetidos...