O livro de poemas Bye bye Babel, de Patrícia Lavelle, já no seu título, traz ao leitor a lembrança de dois filmes emblemáticos tanto para brasileiros quanto para franceses, Bye bye Brasil(1979), de Cacá Diegues, e Adieu au langage(2014), de Jean-Luc Godard. Filmes esses que construíram, cada um a seu tempo, imagens da origem, da diversidade e do declínio. O título do livro faz presente em nosso pensamento um tipo de problema criado por falha de comunicação que acarretará uma perda do sentido. As primeiras imagens levam-me à ideia de que a linguagem falhou e falha, porém, ainda, tentará não falhar. Seguindo-se propriamente à leitura dos poemas, organizados em blocos cuja imagem mais forte é a do desaparecimento, outra sensação me invade. Parece que estou diante de poemas cuja temporalidade está marcada por uma metamorfose que, simultaneamente e paradoxalmente, é mitológica e histórica. Penso: o leitor vai precisar lidar com a força dessa aporia, ou seja, tem que lidar com...