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Os pés no céu e o chão na cabeça

Foto: Wynand Uys



2018-09-23

Não é fácil estar presente, coincidir. Ou como gosto de dizer: nem sempre meu corpo concorda com a minha alma. Mas às vezes sim, quando eu escrevo, sim sim sim. Não à toa sentamos para escrever e nossa coluna nos cobra todas as dores. Escrever convoca o corpo à sua superfície. Sento diante da página e percebo que antes não estava respirando. Que estava um milímetro acima ou abaixo de mim.

 

Não é fácil nascer. Chegar ao próprio corpo.

Como quando um osso estrala e só então você percebe que ele precisava estralar, o alívio e caramba, os ossos não deviam caber? Mas eles se apertam, uma parte do corpo segurando a outra para não ser amassada, a bexiga, os intestinos são como os dentes de baixo e de cima mordendo uns aos outros apertando para segurar o que? A vida?

Como quando diante do mar você percebe, você olha o mar e percebe que as cidades são como umidade para um mofo pesado que se prolifera no ombro, na coluna, o mar...

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Sheyla Smanioto

Escritora, etc. Nasceu em 1990 em Diadema-SP, na época a cidade mais violenta do país, em uma família de classe baixa. Em 2017, foi apontada pela revista Forbes como um dos jovens com menos de 30 anos que fazem a diferença no Brasil. Autora de Desesterro (2015), a saga de mulheres sem corpo contada em um romance mítico sobre ser mulher no Brasil, ganhou o Prêmio Sesc de Literatura, o Prêmio Machado de Assis da Biblioteca Nacional, além de ter sido premiada com o Jabuti. Com seus textos e também com sua performance, participou de eventos dentro e fora do Brasil, como o Printemps Littéraire Brésilien e o Salão do Livro de Paris. Teve apoio do Rumos Itaú Cultural 2016 para escrever seu segundo romance, Meu corpo ainda quente (a ser publicado). Seu terceiro romance, em processo, foi contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2018. 




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