Há algumas semanas tento escrever um texto sobre a Lucia Nogueira para este espaço, uma das artistas homenageadas pela Bienal desse ano, ainda pouco conhecida, e, no entanto, uma alegre surpresa. É difícil. A cada dia, os parágrafos são mais supérfluos. A cada dia, um grande endurecimento afeta a mim, aos meus amigos, à minha família, a todos que amo. A cada dia eu preciso cuidar um pouco mais dos meus afetos. Acordo e durmo pensando em Orides Fontela: “Não há palavras. Selvagem o silêncio cresce, difícil”.
Eles não sentem prazer. Ou, ao menos, não o mesmo prazer que nós. Seu desejo de poder não cessa. Não cessará. A alegria lhes é inalcançável. Como no poema de Paco Urondo, “Tire sarro: a direita é mal comida”. Eu não perderia mesmo essa oportunidade. Eles fodem mal. Serão hoje e sempre a nossa chacota.
Eles são os donos da cafonice. Gozam com a morte. Seus gestos são todos hiperbólicos. Eles desconhecem a sutileza, sequer...