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Leituras que se cruzam nos jardins de Ana Martins Marques

Na foto: Ana Martins Marques. Por Rodrigo Valente



2019-03-08

Se os temas feministas ou ligados à representação do corpo feminino tem uma inegável força de contestação, há também uma discreta, mas importante política de gênero em obras como as de Lu Menezes, que já comentei nesta coluna, Josely Vianna Baptista, ou Ana Martins Marques, para citar apenas algumas. Esta política está justamente em ocupar um lugar que não nos é reservado pelo senso comum e com o qual não somos espontaneamente associadas, mas que na poesia brasileira contemporânea também é (sobretudo) feminino: o das poéticas do pensamento.

 

O que significa dizer que uma mulher não escreve “como mulher” ou não produz uma “poesia feminina”? A questão, que se abisma em perplexidades diante de estereótipos tipo “meninas de rosa e meninos de azul”, equívocos que gostaríamos de ver definitivamente ultrapassados, ressurgiu recentemente num texto de Nina Rizzi para o blog Escamandro. Nele, a poeta cutucava o clichê da literatura “água com açúcar” ou “xícara de chá” citando textos de mulheres que o contradizem ao apresentar uma imagem visceral, inconformista e combativa do universo feminino. Fiquei com vontade de interrogar ainda e problematizar, sob outro ângulo, a...

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Patrícia Lavelle

Estreou em poesia com Bye bye Babel (7Letras, 2018, menção honrosa no Prêmio Cidade de Belo Horizonte de 2016, reedição prevista em 2022). Publicou também a plaquete Migalhas metacríticas (7Letras, Megamíni, 2017). Em colaboração com Paulo Henriques Britto, organizou O Nervo do poema. Antologia para Orides Fontela (Relicário, 2018), da qual também participou com poemas inéditos. Publicou inéditos e traduções de poesia em veículos literários como a revista Cult e o jornal Rascunho, entre outros, e tem contribuído com poemas, autotraduções e traduções de poesia brasileira contemporânea para as revistas francesas Po&sie e Place de La Sorbonne. Professora do Departamento de Letras da PUC-Rio, tem livros de ensaios publicados no Brasil e na França, entre os quais sua tese de doutorado em Filosofia, Religion et histoire: sur le concept d’experience chez Walter Benjamin (Cerf, 2008), e recentemente, Walter Benjamin metacrítico: uma poética do pensamento (Relicário/Editora PUC-Rio, 2022). Os três poemas aqui publicados integram o livro de poesia inédito intitulado Sombras longas, ainda sem editora.    




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