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Escritas da solidão

Foto: Jan Kolar Vui



2019-11-06

A solidão, nos indica a psicanálise e também a arte, não é, portanto, simples privação: ela é hipersensibilidade à ausente presença do outro e a profundidade da solidão mede – tal qual uma sonda – a intensidade do desejo ardente do outro que não responde ao nosso chamado.

Que todo outro seja um abismo e uma queda: me parece ser esta a experiência que funda a existência. Uma noção profunda do humano nasce da consciência do abismo do outro e da dor da queda. E é pelo outro que posso me livrar de coincindir comigo mesmo, de me encarcerar narcisicamente no eu. Não há solidão mais abissal e que me isole do outro do que esperar deste uma exata reciprocidade.

Ao pensar no tema da solidão, lembro-me de ter lido sobre um fato central na vida do pianista Erik Satie: este sempre tinha sido muito mimado pelos amigos que...

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Bianca Coutinho Dias

É psicanalista, crítica de arte, ensaísta, coordenadora do Cine Cult Usp- Ribeirão Preto, fundou o Núcleo de investigação em arte e psicanálise do Instituto Figueiredo Ferraz que coordenou de 2011 até 2016, escreve em revistas de arte contemporânea como Select e Amarello e é autora do livro Névoa e assobio em parceria com a artista e ilustradora Júlia Panadés. Acompanha artistas e participa de publicações e livros com textos críticos sobre arte, cinema e literatura. Fez História da arte na Faap e mestrado em Estudos contemporâneos das artes na Universidade Federal Fluminense. 




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