Colunistas

Regina Yolanda Werneck: um nome para estes dias

Nilma Lacerda

Na foto: Regina Yolanda. Acervo da família

2020-02-28

Contou com naturalidade sobre a vez em que, indo para a feira de livros de Bologna, sem qualquer subsídio ou apoio governamental, ao constatar a enorme quantia que precisaria pagar para o transporte de livros – e que evidentemente não possuía –, esvaziou a mala de roupas e colocou os livros lá dentro. “Fui com a roupa do corpo, o casaco no braço, os livros na mala.” Os livros brasileiros, que mostrariam o esforço que se fazia para criar neste país uma cultura de livros para crianças e jovens.

“Nos dias de hoje não lhes dê motivo
Porque na verdade eu te quero vivo...”

Cartomante. Ivan Lins.

Leio desânimos, dores. Não é para menos. Doses desmedidas de estupidez e arrogância disseminam-se de figuras públicas que deveriam ser alento e exemplo. Os discursos ficam a cada dia mais estapafúrdios e despudorados. Que tal buscar exemplo e alento em figuras que construíram mentalidades generosas, propiciaram ações solidárias e justas?

Regina Yolanda é um nome a respeitar, pessoa a inspirar gratidão, transpirar decência e indignação para tudo o que fosse indecente. Ilustradora talentosa, em seus bicos de pena vislumbrava-se um continente, embarcava-se em...

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Nilma Lacerda

Nasceu no Rio de Janeiro, onde vive. Autora de Manual de Tapeçaria, Sortes de Villamor, Pena de Ganso, Cartas do São Francisco: Conversas com Rilke à Beira do Rio, Estrela de rabo e mais histórias, Iberê Camargo: um homem valente, é também tradutora e escreve ensaios e artigos científicos. Recebeu vários prêmios por sua obra, dentre os quais o Jabuti, o Prêmio Rio, o Prêmio Brasília de Literatura Infantojuvenil, além das distinções White Ravens, da Biblioteca Internacional de Munich para a Juventude e Lista de Honra do International Books for Young People. Professora aposentada da Universidade Federal Fluminense, mantém na Revista Pessoa a Coluna Ladrilhos, com crônicas de talhe variado, em perspectiva lusófona.