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Manoel de Barros e a poesia cínica

Foto: Manoel de Barros. Reprodução



2020-06-08

A poesia de Manoel ressurge, então, do estudo de Patrícia, com um afiado fio crítico social: de inventiva e lúdica, passa a anárquica, rebelde, irreverente, inovadora. Sua origem impossível no início dos tempos encontra sua contraparte possível no terreno social e quotidiano: da infância da humanidade à infância do homem, do olhar primitivo pré-linguístico ao olhar infantil pré-linguagem e seus análogos sociais.

 

A formação clássica de Patrícia a prepara bem para essa exploração das origens que é seu livro, dado que as  origens do nosso idioma – seus campos conceituais, suas redes de relações sintáticas, seus desabidos limites e seu horizonte de possibilidades se encontram, em grande parte, em seu passado greco-romano – naquele momento da história do idioma em que todas as estradas possíveis, levando-nos mais além de Roma,  estavam ainda abertas em potência – pré-infância da língua em que estradas e horizonte, indistintos, se confundiam. Momento em que – para dizê-lo com um outro reinventor do idioma também caro...

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Brenno Kenji Kaneyasu

É professor Assistente de Espanhol e Português na University of Southern California. Sua pesquisa e o ensino concentram-se na interseção de literaturas, estética brasileira e espanhola do século XIX e XX, além da tríade teórica de filosofia, direito e teoria política.

 




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