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O jogo de máscaras abolicionista nas crônicas de Machado

Foto: Machado de Assis. Pintado por Henrique Bernardelli - 1905. Domínio Público



2020-06-09

Segundo John Gledson, um dos focos da ironia de Machado era o movimento de alforrias antecipadas feitas por donos de escravos que percebiam a inexorabilidade da abolição. As motivações de tais antecipações com certeza não eram humanísticas, e sim econômicas e políticas. O narrador de “Pancrácio”, nesse sentido, nada mais é que um Brás Cubas em versão menor. Ele é ridículo, prepotente, autoritário. A libertação do escravo é motivada, em seu caso, principalmente, pelo gosto de fazer aquilo que mais agrada a muitos dos empresários, políticos e generais do nosso país: o de dar ordens.

 

Como bem sabemos, Machado se dedicou a vários gêneros literários. Os que mais lembramos são o conto e o romance. O escritor mexicano Carlos Fuentes, em seu livro La gran novela latino-americana, afirma que Machado de Assis foi o maior romancista latino-americano do século XIX. Não há como discordar. Só a acrescentar: Machado de Assis se revela fundamental não só para o nosso romance ou conto mas também para a nossa crônica. Embora muitas delas hoje sejam de difícil compreensão no início, porque estão escritas em um estilo bem próprio da sua época, com referências históricas muito específicas, merecem, sem sombra de...

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Cristhiano Aguiar

É escritor e professor da pós-graduação da Pós-Graduação em Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Em 2018, publicou o livro de contos Na outra margem, o Leviatã (Lote 42) e em 2017 o livro teórico Narrativas e espaços ficcionais: uma introdução (Editora Mackenzie).




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