Na estreia de sua coluna mensal, o poeta Antonio Martinelli convida Valeska Torres para um diálogo em versos. A poeta carioca apresenta dois poemas: Indomável e Três formas de matar porcos fascistas – ambos de seu livro de estreia publicado pela editora 7 Letras: O coice da égua. O anfitrião reage com "Isso".
Os poemas de Valeska Torres apresentam a urgência de uma poesia que traduz realidades urbanas, dos subúrbios e vielas, dos centros abandonados das cidades. Expõem, de forma crua, a resistência do corpo, da fala, da palavra, da “ralé” brasileira. São gritos desesperados, mudos, entalados, abafados, da mulher diante da truculência cotidiana de uma sociedade machista e racista.
Completamente atravessado por dois poemas da estreante na minha coluna, respondo ao impacto do coice da égua, com outro poema urgente, que também revela – a par e passo – a angústia e o assombro que o Brasil degenerado de agora vem causando.
Valeska...