Saudade antiga, remoente e melancólica, de um rosto no tempo tão remoto que se tornara difícil localizá-lo – antes da vida, muito antes da vida, de sua inquieta vida: um rosto que existia para todos, mas que para ele era impreciso. Aliás, não apenas impreciso, vago, distante: inexistente. Algo que lhe provocava dor e agonia. Sem qualquer espécie de esperança.
Vitório pensava tocando os dedos no espelho. Em busca do rosto – adivinhando olhos, testa, boca, nariz, queixo. Dentes? Alvos e brilhantes, os dentes? Procurando contornos, sinais, marcas. A cor dos olhos, as maçãs da face, os traços das sobrancelhas....