Na Piazza Navona, onde votamos, conheci uma senhora brasileira que me fez agradável companhia. Enquanto conversávamos, chegou outra mulher que, ao se apresentar, disse onde trabalhava. A primeira comentou, surpresa e gentil,
- Também trabalho lá, não nos conhecemos!
A resposta veio direta, cortante, altiva:
- Conhece, sim. Mas não me vê porque trabalho na faxina.
Sorriu um sorriso duro, mas sincero. Que não recuava do dito, mas sem rancor nem enfrentamento.
Éramos três mulheres no meio de uma das praças mais famosas do mundo e encenávamos um pequeno pastiche da ferida estrutural...