Canção: dos oceanos da cultura brasileira. Sons de correntes, mares, línguas ao vento, pés na terra. Rascunhos urbanos, como Olinda e Salvador, entrechocaram populações diversas – euros, árabes, judeus, áfricos, índios –, refundaram convenções do canto sacro, do verso cortesão. Algo se registrou da música e da poesia cultas do colonial, pouco das sonoridades de ruas, de festejos mundanos. Só uma brisa esfarrapada chegou a nós, para intuirmos que o projeto civilizatório português disparou, também, o processo de mistura e seleção de falares, narrativas, escalas e formas que são o chão da atual canção popular, comercial ou tradicional.
A percepção cultural...